quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Meu Cordelzinho de Histórias

     A festa da galinha 


 Esta história engraçada
Eu vou contar pra vocês
Aconteceu numa festa
 De uma galinha pedrez
 Que queria festejar
 O aniversário que fez.

 Convidou a bicharada
 De todo lugar pra festa
Os bichos domesticados
Os animais da floresta
 Pois festa desanimada
 Esta galinha detesta.

 Convidou o elefante
 O galinho garnisé
 O papagaio, a formiga
 O periquito, o chimpanzé
 Camelo, cachorro, cabra
 Abelha, pato, guiné.

 Tigre, bode, boi, cavalo
 Raposa, gato, faisão
Marreco, ganso, avestruz
Cobra, jibóia, leão
Pomba, jumento, codorna
Juriti, pulga, pavão.

 Urso polar, capivara
Leopardo, onça, carneiro
Crocodilo, urubu-rei
Sagui, veado galheiro
 Pois nesta festa se via
Animais do mundo inteiro.

 Para cada convidado
Esta galinha entregou
Um regulamento que
Ela mesma preparou
Pra não haver confusão
 Muito claro ela deixou.

 A abelha, pulga e formiga
Não poderiam picar
A nem um dos animais
 Que se encontrassem lá
 E a jiboia nada de
 Nenhum bichinho abraçar.

 O leão, o crocodilo, o tigre
A onça e os demais
Que gostam de carne fresca
Nada desses animais
Que ali foram convidados
 Para festa e nada mais.

 Com este regulamento
Para a casa da galinha
Foram os bichos chamados
 Domingo de manhãzinha
E ao nascer do sol, Se via bicho que vinha.

 A primeira convidada
 Já estava no terreiro
Quando a galinha desceu
 De cima de seu poleiro
 Deu de cara com a raposa
Para os parabéns primeiro.

-Parabéns minha galinha!
A raposa assim falou
E a galinha respondeu:
- Minha nada, por favor
 Respeite o regulamento
Você não leu?_ perguntou.

 E a raposa disse: -Eu li
Mas você tá tão gordinha
 Bem que podia deixar
 Eu dá uma mordidinha
 - Eu vou chamar o cachorro
 Respondeu brava a galinha.

 -Tá bom, eu só tô brincando
 Nem quer ser minha amiguinha
 Continuou insistindo
 Pra convencer a galinha.
Mas depois se retirou
Vendo que o cachorro vinha.

O leão desconfiado
A sua juba sacode
Chamando para brincar
De pega-pega com bode
Mas o bode respondeu
Que nessa festa não pode.

- Pode sim meu bode amigo
Venha aqui brincar mais eu
O bode disse: -  Eu não vou
E nem sou amigo seu
Se insistir vou chamar
A pulga que lhe mordeu.

Começando a se coçar
O leão dali saiu
No meio dos pelos dele
De longe o bode ainda viu
Uma pulga se mexendo
Que olhou pro bode e sorriu.

A cobra jibóia ia
Se arrastando pelo chão
Andando a festa inteira
Até olhar pro pavão, dizendo:
- Vou lhe abraçar
Do fundo do coração.

E o pavão diz:--Vai não
Nada de estrangulamento
Dentro do seu coração
Hoje só vai entrar vento
Você não pode abraçar
Está no regulamento.

Mas quando a festa acabou
Que todo bicho saiu
Só se viu a correria
Quem pode, logo fugiu
Que o instinto da bicharada
Nada mais resistiu.

O crocodilo abriu
Quase um metro de boca.
Bem de frente pro jumento
Que disse: - Que coisa louca!
-Vou embora daqui
Não vou ficar dando toca.

A galinha ficou rouca
De tanto cacarejar
Com a raposa correndo
Atrás dela pra pegar
Só quando foi pro poleiro
Ela pode se livrar.

Lá vem o tamanduá
Pra tirar a formiguinha
Do alto do seu poleiro
Batendo, có, có, a galinha
Có, có, calma pra turma
Enquanto a noite não vinha.

Isso é que dá fazer
Festa numa mesma ocasião
Pra diferentes instintos
Que não conseguem união
Que não podem estar juntos
Em uma reunião.

Depois, cada qual com seu par
Para que haja harmonia
Cada uma em sua tribo
Para que tenha alegria
E se confraternizar
Numa mesma sintonia.

            (Abdias Campos)

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